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(Berlim Leste, 1975)
A altas horas da noite está o centro da cidade
fortemente iluminado como uma sala de interrogatório.
Venho de Greifswalderstrasse.
Nem vivalma. Então algo se ouve subitamente
como se umas botas vazias de borracha
corressem sobre a relva.
Do canteiro erguem-se longas orelhas.
Um coelho salta-nos à frente! Mais um!
E mais um! Um bando de agitadores!
Tropel atrevido, tarados sexuais de olhos congestionados
saltitando como num passe de mágica
tirados das almas adormecidas dos funcionários.
Todas as noites aparecem à luz
sorrindo com desdém de tudo o que lhes mete medo.
Lasse Söderberg, poeta surrealista sueco
28domingo,de
28
domingo,
de
guerrilha urbana
Publicada por
Ricardo Pulido Valente
à(s)
05:55
Etiquetas: lasse söderberg
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7 comentários:
Este senhor sueco tive eu o prazer de conhecer na sequência dos encontros poéticos "Primavera em Lisboa", uma organização conjunta da Câmara de Lisboa com o Pen Club, com epicentro na Casa Fernando Pessoa.
Já lá vão uns anos, mas lembro-me muito bem dele. Jantámos juntos, numa mesa de umas oito pessoas, no último piso do Hotel Mundial, depois da sessão final, em que participavam muitos poetas portugueses, a convite da Casa Fernando Pessoa.
É um provocador bem humorado, a dar um enorme colorido ao jantar. A mais silenciosa foi Teresa Rita Lopes. Os outros provocavam a poetisa russa, que se deixava 'enrolar' e respondia às mais variadas provocações (geralmente sobre o momento político de então na Rússia).
O tunisino Mohamed Bennis declamava poesia em árabe. Ninguém percebia nada, claro. Mas todos gostavam ,porque era como se fosse uma voz embrulhada num vento do deserto.
Que bela semana, nessa edição do Primavera em Lisboa. Que belo jantar!
Finalmente consegui entrar neste "surreal" lugar, depois de várias tentativas e um computador sempre a cranchar...
E cá ficam umas palavras do Mário Cesariny, já que não consigo transcrever as que dedicou a Arpad Szenes e Vieira da Silva (na exposição do Museu da Electricidade):
Queria de ti um país de bondade e de bruma
queria de ti o mar de uma rosa de espuma.
M.C. Manual de Prestidigitação
vim agradecer a visita. farei um link para este espaço de enorme interesse. obrigada
entrar aqui é querer ler mais e mais
magnifico este espaço. onde se sorve o que é bom
lembrei-me e deixo:
O DESCONHECIDO
Por que penso em anjos,
Porquê em assassinos?
Armo-me acaso contra eles
com esta rosa de papel sem perfume?
Um homem parece acenar-
medo outro lado da rua.
Está vestido de negro
como sombra de si próprio.
Será anjo ou assassino?
Cheira a sangue ou a cinzas?
Na dúvida atravesso a rua
procurando-o com o olhar.
Às vezes gostava de viver
esquecido de todos, menos dos fantasmas.
O desconhecido desapareceu
e nesse mesmo lugar deponho a rosa de papel.
Lasse Söderberg
Em voz alta
e fica o meu abraço
lena
é sueco! :D q bom gosto!
Publiquei, no meu blogue, um post sobre Benjamin Péret. Gostaria que o visitantes deste espaço passassem por lá.
Abraço,
luz
(que)
cega
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