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Em voz baixa
para poder atravessar a fragilidade do teu sonho
far-te-ei a revelação das formas
contar-te-ei a beleza
daquilo que nunca se vive
as maravilhas que nascem imprevistas da intensidade
do ardor
ensinar-te-ei a caminhar firmemente sobre a escuridão
a iluminar a noite com os desejos
a investigar o segredo imortal
as aventuras graciosas alinhadas pela ordem cronológica
da vigília
apagá-las-á o sonho que busca a mulher que todos
recusam
a mulher que acende o seu espírito caído nas
maravilhas do amor
Eu
desperto
prego a absurda técnica da irresolução
imóvel
em voz baixa
te revelo
que o mundo é uma majestosa mentira inventada pelo
bom humor dos mártires.
Aldo Pellegrini, surrealista argentino
(tradução de Tiago Nené)
em voz baixa
Publicada por Ricardo Pulido Valente à(s) 22:56
Etiquetas: aldo pellegrini, poema
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3 comentários:
Se um surrealista entra numa padaria volta com o papo seco.
em voz baixinha: lindíssimo poema.
"contar-te-ei a beleza
daquilo que nunca se vive
as maravilhas que nascem imprevistas",
somente intenso...
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