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A última entrevista do poeta surrealista Alexandre O'Neill.
[aqui]
as últimas palavras
Publicada por Ricardo Pulido Valente à(s) 12:20
Etiquetas: alexandre o'neill
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A última entrevista do poeta surrealista Alexandre O'Neill.
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Publicada por Ricardo Pulido Valente à(s) 12:20
Etiquetas: alexandre o'neill
4 comentários:
Apesar de não ser grande fã da CFA, não posso deixar de agradecer por partilhar esta pérola! Fantástico!
"Não usa o telefone? Nunca ficou agarrado ao telefone à espera que tocasse, a quebrar uma ansiedade solitária?
Já fiquei, mas ele não tocou."
(Que coragem...)
Um dos meus poemas,
Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O’ Neill
Li esta entrevista mergulhado num clima de avidez melancólica.
Ó'Neill é das minhas grandes influências poéticas. Até tenho um poema chamado "Pequena aguarela draculinana, com paragem em O'Neill e apeadeiro em Melo e Castro".
Primeiro comprei os pequenos-grandes livros "A saca de orelhas" e "No reino da Dinamarca", em pleno Chiado, após demanda aturada.
Felizmente, nos últimos anos apareceu uma boa edição antológica, livros de crónicas, estudos. Recuperou-se o poeta e o homem.
Ainda tive o prazer de ver O'Neill declamar. No Centro de Arte Moderna da Gulbenkian.
Declamou "O Céu a seu dono". E de cada vez que declamava o refrão abria os braços como um Cristo. No final, sorriu, envergonhado, para a parca assistência.
Era um extraordinário observador do Homem.Tem histórias de vida deliciosas.
Por isso fiquei melancólico a ler a entrevista. Com uma enorme saudade.
magnífica entrevista.
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