Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco.
Mário Cesariny
4 comentários:
gosto tanto deste poema! foi daqueles que gostei logo assim que me foi apresentado, e a minha intuição não falhou: ainda gosto muito dele. :)
entao fico feliz com a escolha:)
Olá!
Obrigada pela visita!=)
A última imagem que tenho do Cesariny é de o ver a fumar um cigarro no anfiteatro da Gulbenkian e a olhar, muito deliciado, para os gansos.
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