Era um pássaro alto como um mapa
e que devorava o azul
como nós devoramos o nosso amor.
Era a sombra de uma mão sozinha
num espaço impossivelmente vasto
perdido na sua própria extensão.
Era a chegada de uma muito longa viagem
diante de uma porta de sal
dentro de um pequeno diamante.
Era um arranha-céus
regressado do fundo do mar.
Era um mar em forma de serpente
dentro da sombra de um lírio.
Era a areia e o vento
como escravos
atados por dentro ao azul do luar.
Cruzeiro Seixas
in "áfricas", 1950,
poema integrado no 1º caderno do centro de estudos do surrealismo,
da fundação cupertino de miranda, de vila nova de famalicão
in público, sábado, 2 de dezembro de 2000
12domingo,de
12
domingo,
de
poema
Publicada por
Ricardo Pulido Valente
à(s)
13:58
Etiquetas: cruzeiro seixas, poema
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2 comentários:
era um dia de regresso; de uma viagem qualquer
tudo ficou igual, só mudou a cor do mar
gosto :)
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