Prefácio

Blogue dedicado ao surrealismo, com particular destaque para o movimento literário português.

O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na actividade criativa. Os seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.







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Poema (um poema do poeta surrealista António Maria Lisboa)

Para o Mário Cesariny

.

Moveu-se o automóvel - mas não devia mover-se

não devia!

.

Ontem à meia-noite três relógios distintos bateram:

primeiro um, depois outro e outro:

o eco do primeiro, o eco do segundo, eu sou o eco do terceiro

.

Eu sou a terceira meia-noite dos dias que começam

.

Pregões de varina sem peixe

- o peixe morreu ao sair da água

e assim já não é peixe

.

Assim como eu que vivo uma VIDA EXTREMA.

.

António Maria Lisboa

14 comentários:

Anónimo disse...

POEMA PARA FREUD

Moveu-se um carro
– e depois?

Moveu-se a minha prima
Movemo-nos os dois.
Ela por cima
e eu por baixo,
Sobre um carro de bois
Como nos bacanais de diónisos
Só os dois
e os peixes solúveis
de entremeio diziam:

Evoé! Evoé!
Ó vida extrema,
até depois.


L.C., num dia de inspira¬cão científica

Táxi Pluvioso disse...

Será o capitão Iglo o verdadeiro surrealista que transmutou o peixe. bfds

Anónimo disse...

.
tivesse o antónio maria lisboa uma vida mais longa...
.

vieira calado disse...

Se o tinha lido, foi há muito bem.
É bom recordar este grande poeta.

Um abraço

Lord of Erewhon disse...

Malogradamente esquecido, num país em que tudo se tornou sono e amnésia.

Bandida disse...

é fabuloso!

Paula Raposo disse...

Obrigada pela partilha! Um poema magnífico! Beijos.

Cão Sarnento disse...

Sim, sob o efeito de substâncias ilegais em muitos países, a veia surrealista pulsa como um quasar na imensidão do espaço sideral, e criar coisas desconexas é brincadeira de criança que bateu com a cabeça ao cair do berço.

José Miguel de Oliveira disse...

Um dos meus poemas com o título: "eu queria de ti um país" foi premiado no 9º concurso nacional de poesia Agostinho Gomes e é dedicado ao poeta.
Surreal é o facto de não ter sido eu a concorrer, mas sim uma amiga e sem o meu consentimento

http://deliriospoeticos.blogspot.com/2008_10_01_archive.html


Um abraço

José Miguel de Oliveira disse...

http://deliriospoeticos.blogspot.com/2008_10_01_archive

José Miguel de Oliveira disse...

já há muito que não passava por cá, mas felizmente que esta casa surreal continua de pé.

Sílvia Alves disse...

já tinha saudades...!! :)

Unknown disse...

Não é apenas reunir palavras ao acaso, num regurgitar desconexo... Deve haver uma ordem no caos e é o que observei neste belo poema! Belo!

www.randomatizes.blogspot.com

Unknown disse...

Poesia surrealista no meu modesto entendimento não é simplesmente expelir palavras ao acaso, desconexamente. Deve haver uma certa ordem no caos. E é essa ordem que percebo nesse belo poema, uma estética, uma harmonia.

www.randomatizes.blogspot.com.br