Para o Mário Cesariny
Moveu-se o automóvel - mas não devia mover-se
não devia!
Ontem à meia-noite três relógios distintos bateram:
primeiro um, depois outro e outro:
o eco do primeiro, o eco do segundo, eu sou o eco do terceiro
Eu sou a terceira meia-noite dos dias que começam
Pregões de varina sem peixe
- o peixe morreu ao sair da água
e assim já não é peixe
Assim como eu que vivo uma VIDA EXTREMA.
António Maria Lisboa
14 comentários:
POEMA PARA FREUD
Moveu-se um carro
– e depois?
Moveu-se a minha prima
Movemo-nos os dois.
Ela por cima
e eu por baixo,
Sobre um carro de bois
Como nos bacanais de diónisos
Só os dois
e os peixes solúveis
de entremeio diziam:
Evoé! Evoé!
Ó vida extrema,
até depois.
L.C., num dia de inspira¬cão científica
Será o capitão Iglo o verdadeiro surrealista que transmutou o peixe. bfds
.
tivesse o antónio maria lisboa uma vida mais longa...
.
Se o tinha lido, foi há muito bem.
É bom recordar este grande poeta.
Um abraço
Malogradamente esquecido, num país em que tudo se tornou sono e amnésia.
é fabuloso!
Obrigada pela partilha! Um poema magnífico! Beijos.
Sim, sob o efeito de substâncias ilegais em muitos países, a veia surrealista pulsa como um quasar na imensidão do espaço sideral, e criar coisas desconexas é brincadeira de criança que bateu com a cabeça ao cair do berço.
Um dos meus poemas com o título: "eu queria de ti um país" foi premiado no 9º concurso nacional de poesia Agostinho Gomes e é dedicado ao poeta.
Surreal é o facto de não ter sido eu a concorrer, mas sim uma amiga e sem o meu consentimento
http://deliriospoeticos.blogspot.com/2008_10_01_archive.html
Um abraço
http://deliriospoeticos.blogspot.com/2008_10_01_archive
já há muito que não passava por cá, mas felizmente que esta casa surreal continua de pé.
já tinha saudades...!! :)
Não é apenas reunir palavras ao acaso, num regurgitar desconexo... Deve haver uma ordem no caos e é o que observei neste belo poema! Belo!
www.randomatizes.blogspot.com
Poesia surrealista no meu modesto entendimento não é simplesmente expelir palavras ao acaso, desconexamente. Deve haver uma certa ordem no caos. E é essa ordem que percebo nesse belo poema, uma estética, uma harmonia.
www.randomatizes.blogspot.com.br
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